quarta-feira, 12 de março de 2008

Não te amo como se fosses...

Não te amo como se fosses rosa de sal,

topázio...Ou flecha de cravos que atiram chamas.

Te amo como se amam certas coisas escuras...

Secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce

E leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores.

Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde.

Te amo simplesmente...sem complicações, nem orgulho:

Assim te amo, porque não sei amar de outra maneira

Senão assim deste modo em que não sou, nem és.

Tão profundamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão.

Tão profundamente que quando fechas os olhos, eu contigo sonho.

Pablo Neruda

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