quinta-feira, 6 de março de 2008
Metamorfose
Súbito pássaro
dentro dos muros
caído,
pálido barco
na onda serena
chegado.
Noite sem braços!
Cálido sangue
corrido.
E imensamente
o navegante
mudado.
Seus olhos densos
apenas sabem
ter sido.
Seu labio leva
um outro nome
mandado.
súbito pássaro
por altas nuvens
bebido.
Pálido barco
nas flores quietas
quebrado.
Nunca, jamais
e para sempre
perdido
o eco do corpo
no próprio vento
pregado.
Cecília Meireles.
*Para entender essa poesia você precisa ter sensibilidade e amor no coração, assim como ela teve, assim como eu tenho.
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