quinta-feira, 12 de junho de 2008

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendoe receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de te amar,sem odiar as tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo...

...Receba em teus braços o meu pecado de pensar.

Clarice Lispector

5 Comments:

Anônimo said...

A única plenitude que um dia pude experimentar na vida, é a da certeza que meus dias sempre foram vazios.
O mais próximo do completo que pude experimentar, foi o dia que descobri que nada tinha. Que era completamente só, vazio.
O pior que ha de mim é a esperança que um dia eu possa ter esperança, pois essa nunca me foi presente, na verdade, nem ausente, pois para que sinta falta de algo, é preciso que um dia a tenha pertencido.
Quem notará o espinho, se a beleza esta na rosa? Essa não precisa ser completa, pois o botão já lhe basta.

Aryane Collin said...

Olá Felipe,lendo o blog da Clara acabei caindo aqui, não poderia deixar de comentar belo blog o seu, e sem comentários para o texto da Clarisse Lispector eu a adoro.

posso te linkar no meu?

bijus

Adriano Veríssimo said...

Nossa que tistinhu Fê!

rs

Beijo CAZÚ

Anônimo said...

Obrigado amores meus..pelos comentários! Rafa que lindo...sem palavras...Dri..há beleza na tristeza de Clarice amor..né não ?
rs

Ary...valeu pela visita..to fazendo o mesmo..rs, bons ventos

adoro tudo isso

Adriano DiCarvalho said...

Bom, como disse o próprio passarinho... "Há beleza na tristeza de Clarice..."

Dizer mais o quê! É isso, Filipe! Obrigado por postar Clarice.

Abs.