O dia seguinte ao do amor.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quando a luz estender a roupa nos telhados
e for todo o horizonte um frêmito de palmas
e junto ao leite fundo de nossas duas almas
Chamarem nossos corpos nus, entrelaçados,

Seremos, na manhã, duas máscaras calmas
E felizes, de grandes olhos claros e rasgados ...
Depois, volvendo ao sol as nossas quatro palmas,
encheremos o céu de vôos encantados!...

E as rosas da Cidade inda serão mais rosas,
serão todos felizes, sem saber por quê...
Até os cegos, os entrevadinhos... E

Vestidos, contra o azul, de tons vibrantes e violentos
Nós improvisaremos danças espantosas
Sobre os telhados altos, entre o fumo e os cataventos.

Mário Quintana

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